Maria Inês Dolci da Folha de São Paulo
Milhões de paulistanos estão sofrendo hoje, porque uma ínfima parte da população resolveu entrar em greve, em assembléia realizada ontem à noite. Os metroviários queriam um reajuste de 13,38%, embora a inflação anualizada esteja em torno de 3%. Como são ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), braço sindical do PT, é óbvia a motivação política. Leia-se, desgastar o governador José Serra, do PSDB.
O que a população tem a ver com essa sopa de letrinhas de partidos políticos? Nada. Mas é assim que as coisas funcionam (não funcionam), no Brasil. Agora, dizem que tudo voltará, aos poucos, ao normal, após reunião da categoria com o secretário estadual dos Transportes, José Luiz Portella.
Normal? A normalidade, hoje em dia, é o desrespeito absoluto aos direitos da maioria. Democracia não é sinônimo de bagunça.
Comentário do blog:
Foi uma irresponsabilidade! Todos os setores da vida paulistana foram afetados. Com a ausência do metrô, os carros que não circulariam na hora do rush voltaram às ruas com a liberação do rodizio. O trânsito de São Paulo que já é caótico virou um pesadelo.
A greve relâmpago e sem aviso pegou muita gente de surpresa. Quase perco a consulta médica marcada para as 11 horas de hoje. Dezenas de paciente vindos de varios municípios brasileiros, alguns em estado grave, sequer conseguiram chegar na clínica do hospital Albert Einstein. Vão ficar retidos em São Paulo a espera de um encaixe excepcional em outras agendas. Cirurgias tiveram que ser transferidas.